sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pedagogia do Oprimido



Escrito durante o exílio, quando morava no Chile, em 1968, o livro Pedagogia do Oprimido é considerado a obra mais completa e importante de Paulo Freire. Traduzida em mais de 20 idiomas, tornou-se referência para o entendimento da prática de uma pedagogia libertadora e progressista. Nela, estão os temas que sustentam a concepção freireana: conscientização, revolução, diálogo, cooperação, entre outras.
Moacir Gadotti, no livro Convite à Leitura de Paulo Freire, afirma que na Pedagogia do Oprimido a ótica de classe do autor “aparece mais nitidamente: a pedagogia burguesa do colonizador seria a pedagogia bancária. A consciência do oprimido encontra-se imersa no mundo preparado pelo opressor; daí existir uma dualidade que envolve a consciência do oprimido: de um lado, essa aderência ao opressor, essa hospedagem da consciência do dominador (seus valores, sua ideologia, seus interesses, e o medo de ser livre) e, de outro, o desejo e a necessidade de libertar-se. Trava-se, assim, no oprimido, uma luta interna que precisa deixar de ser individual para se transformar em luta coletiva”.
  
“A pedagogia tem de ser forjada com ele (o oprimido) e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará." 


(FREIRE, Paulo. Pedadgogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)

Quando Freire fala em pedagogia, ele não está falando apenas das relações que se estabelecem na escola e na sala de aula. A sua pedagogia está relacionada a todo esse contexto de opressão social e de falta de democracia que estamos apontando. Toda educação é política, assim como toda política é educativa. Não existe neutralidade. Portanto, o seu método dialógico, problematizador, não é apenas um método ou uma teoria pedagógica, mas uma práxis que propõe a libertação da opressão que predomina na nossa sociedade:



       “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”

 (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)
  



Um comentário:

  1. No site http://www.projetomemoria.art.br, encontramos materiais interessantes sobre o mestre Paulo Freire. Vale a pena visitar!

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